Convocada pela Câmara Municipal de Itabuna para dar explicações sobre a desocupação de uma área na Bananeira, no bairro Lomanto, a secretária de Infraestrutura e Urbanismo (SIURB), Sônia Fontes passou por constrangimentos, não foi ouvida e teve sua presença ignorada no plenário Raimundo de Oliveira Lima. 

Alegando que os vereadores não tinham ainda subsídios suficientes para interpelar a secretária, o presidente do Legislativo, Manoel Porfírio (PT), passou a disparar todo tipo de agressão verbal para a secretária tendo inclusive mandado um recado direto não só ao prefeito Augusto Castro (PSD), como a todos os integrantes do primeiro escalão da administração municipal.

“EU TOPO GUERRA “

 Bastante nervoso e exaltado, Porfírio disparou:

– Quero só dizer: essa Casa tem presidente. Eu não aceito afronta de ninguém. Nem do Executivo nem de colega nenhum. Se for me afrontar, eu respondo como presidente. Nós iremos reunir mais subsídios para convocação. Não venham afrontar essa casa. E eu não falo do povo da Bananeira, não. Se quiserem fazer guerra, eu topo guerra. Se quiser ir para a disputa, eu vou para a disputa”, enfatizou Porfírio bastante irritado.

A titular da SIURB ouviu tudo calada e apenas argumentou que se houve “desconvocação oficial” ela não tinha recebido o documento. Portanto, compareceu ao chamado do Legislativo e além das agressões verbais, foi obrigada a ouvir tudo calada sem que lhe fosse dado o direito de se defender. Segundo ela, que já foi deputada estadual e ocupou vários cargos públicos, a decepção foi muito grande:  “ainda estou tonta pelo vexame que me fizeram passar... e o mais constrangedor, sem poder de resposta. Sempre tratei o presidente e os vereadores com muito respeito, presteza e até com carinho. Nunca havia passado por isto em 42 anos de vida pública. Estou muito triste...”

SILÊNCIO DO GOVERNO

Por outro lado, até o momento, nem o prefeito nem tampouco outros integrantes da administração municipal se manifestaram a respeito do episódio. Nos bastidores, porém, o episódio foi considerado como um ato de deselegância do presidente da Casa e do próprio parlamento. Nenhum vereador da base saiu em defesa da secretária e tampouco houve alguma reação da única vereadora da Casa, Wilmaci Oliveira, do PC do B.