A incompetência da oposição aliada à uma série de fatores adversos como o forte preconceito exalado da sociedade itabunense, fizeram com que o deputado Fabricio Pancadinha (SD) fosse derrotado nessa eleição municipal de 2024. Ele obteve 26,7% dos votos válidos, enquanto o atual prefeito Augusto Castro (PSD) foi reeleito com 58,9 % dos votos. 

Em seguida, veio o médico Isaac Nery (PDT), com 7,7%; o engenheiro Francisco França, do PL com 6,17%; e por último, a única candidata mulher do grupo, a profa. Cleonice Monteiro com 0,46%.  

OPOSIÇÃO DESUNIDA E FRAGMENTADA

Articulistas políticos avaliaram o pleito como uma lição dirigida aos candidatos oposicionistas que ao invés de formarem um bloco gigantesco em oposição ao atual prefeito, preferiram manter suas candidaturas, mesmo com chances mínimas de vitória. A vaidade falou mais alto e eles preferiram enfrentar a máquina pública sem nenhuma densidade eleitoral compatível.

Outro fator preponderante foi a saída do pleito do ex-prefeito Capitão Azevedo que ao ser preterido pelo seu partido, União Brasil, preferiu se omitir (?) e se esconder deixando à deriva milhares de eleitores que marcharam em direção contrária ao principal candidato da oposição. Partiram para o revanchismo político deixando expostas mágoas e feridas que ainda não cicatrizaram. De qualquer forma, o Capitão Azevedo que seria (talvez) o pêndulo da balança pavimentou seu destino direto ao ostracismo político, mostrando que sua liderança foi definitivamente encerrada.

PRECONCEITO

Outro fator que concorreu para a derrota de Pancadinha foi o preconceito. A sociedade itabunense não está preparada para eleger um prefeito afrodescendente oriundo de comunidades periféricas. Pancadinha não teve como aliado a superazeitada máquina pública, recursos externos oriundos de empréstimos milionários além do apoio acachapante das principais lideranças politicas do Estado, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues; do ministro da Casa Civil, Ruy Costa; e do cacique do seu partido, o todo poderoso, senador Otto Alencar, do PSD.  

Longe de ser humilhante, a derrota serve como lição para toda essa população carente, esquecida, adormecida em rios de esgotos a céu aberto, sem nenhuma dignidade e principalmente sem nenhuma perspectiva de uma qualidade de vida decente.

Pancadinha, ao contrário dos outros candidatos oposicionistas, foi guerreiro, foi gigante e lutou bravamente até o fim contra um sistema viciado, enganador, exibicionista e carregado de perseguição e mentiras.