O surto de gripe que atinge diversas regiões da Bahia gerou corrida por atendimento em hospitais e Postos de Saúde em Itabuna. O Hospital Manoel Novaes que no mês atual tem tido uma média de 140 atendimentos diários registra agora um aumento de 100 % em comparação com novembro.

“Quase 40% dos pacientes que passaram por aqui em dezembro deveriam buscar atendimento no serviço básico de saúde. Por isso, houve uma sobrecarga na nossa urgência e emergência”, observa a diretora técnica do HMN, Fabiane Chávez, Das 140 crianças atendidas no último dia 17, por exemplo, apenas seis precisaram de internação.

Segundo a Santa Casa de Itabuna, mantenedora do Manoel Novaes, o hospital item recebido até pacientes de Ilhéus, mesmo após a recente inauguração do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio.

FALTA ESCLARECIMENTO

A médica Fabiana Chávez defende a realização de campanha para esclarecer as circunstâncias em que a ida ao hospital é realmente necessária. O diretor administrativo da Santa Casa, Wagner Alves, enviou carta à secretária de Saúde de Itabuna, Lívia Mendes, solicitando auxílio da Prefeitura para lidar com o problema.

A falta de esclarecimento à população sobre esse surto de gripe também demonstra a fragilidade do sistema de saúde, obrigando que pessoas (muitos idosos) se desloquem, de suas casas apenas por uma simples tosse. Cada paciente que não preenche os requisitos de urgência e emergência, explica Wagner, atrasa o socorro não só de adultos como de crianças que realmente precisam de internação. “É uma situação muito delicada, que precisamos resolver com urgência. Até pacientes que deveriam ser atendidos em outros municípios estão sendo enviados para o Novaes”, ressalta o diretor.

Segundo a direção do HMN, além dos casos de gripe, no período de fim de ano, a procura por atendimento também aumenta devido ao recesso dos profissionais da rede básica de saúde dos municípios da região.

Na tarde de quarta-feira na Unidade de Saúde, José Magalhães Neto (antigo SESP) dezenas de pessoas esperavam por atendimento. Todos se queixavam de sintomas de gripe e se mostravam preocupados com a demora no atendimento que tinha começado a partir das quatro da tarde e estava previsto para encerrar às 10 da noite. Apenas um médico estava à disposição dos pacientes sendo que enfermeiras tentavam fazer uma triagem rápida ali  mesmo na rua. Alguns desses de pacientes vinham de outros municípios, a exemplo de Ilhéus.

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