O governador Rui Costa (PT) anunciou que a Bahia não terá Carnaval em fevereiro de 2022. O estado tem 2,4 milhões de pessoas que ainda não completaram o ciclo vacinal contra a Covid -19 “Além disso, estamos lidando com uma epidemia de gripe, que tem sobrecarregado o sistema de saúde”, destacou o governador em mensagem publicada na tarde desta quinta-feira (23) numa rede social.

Entretanto Rui não descarta a possibilidade de discutir alternativas para a folia. “Precisamos ter responsabilidade com a saúde e a vida das pessoas. Realizar o Carnaval no modelo tradicional, como uma festa em larga escala, se mostra inviável. Mais pra frente, avaliaremos o que pode ser feito e em que condições”, escreveu.

Ele ainda informou que vai conversar com os gestores municipais para avaliar alguma forma de apoio às pessoas que tiram seu sustento da festa. “Neste momento, repito o meu apelo de sempre, que vale tanto para o coronavírus quanto para o vírus da gripe: use máscara e vacine-se!”, assinalou.

CONSELHO CRITICA  DEMORA  

A demora na decisão da realização ou não do carnaval do próximo ano, resultou em protestos e críticas por grande parte do empresariado envolvido com a produção do evento. O presidente do Conselho Municipal do Carnaval, Flavio Souza já previa o cancelamento, ao afirmar que não havia mais condições de realizar a festa momesca.  Ele inclusive disse que os empresários já tinham “jogado a toalha” na certeza de que o evento não iria acontecer. Ele criticou a demora do poder público para tomar uma decisão acrescentado que os prejuízos serão enormes não só na área do entretenimento como também para o setor turístico. Não só os grandes como aqueles ambulantes que dependem do carnaval ficaram prejudicados.

Quanto à realização da festa em novo formato que o governador ainda vai analisar, isso agora pouco importa, disse o presidente do Comcar, até porque com a indecisão do poder público vários artistas buscaram contratos em outros Estados. Além disso, donos de camarotes já estão organizando festas privadas com a contratação de vários nomes do meio artístico baiano. “Sabíamos que não havia mais condições de fazer o carnaval no modelo tradicional e a festa agora será privada, fechada, com acesso para poucos”, observa.

Flávio acredita que o cancelamento do Carnaval em 2022 pode ter reflexos em 2023.

“Os investidores e turistas vão descobrir que existem outros destinos e nós vamos perder esse público em 2023. A Prefeitura e o Governo têm recurso para fazer algum modelo alternativo, mas sem camarote e sem os grandes artistas será muito ruim para a fotografia do carnaval de Salvador, explica.