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MINAS. CHUVAS E TRAGÉDIA MARCAM FIM DE SEMANA

MINAS. CHUVAS E TRAGÉDIA MARCAM FIM DE SEMANA

| Tonet | Blog

Tonet por Tonet

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Até o momento já são dez o número de mortes pela queda de uma rocha em Capitólio (MG) que atingiu quatro lanchas num cânion, que é ponto turístico dos mais procurados naquela região, localizado a 300  km de  Belo Horizonte. Conhecido como "Mar de Minas", o Lago de Furnas é um dos maiores lagos artificiais do planeta. A região é formada por seus famosos cânions e águas navegáveis.

A tragédia foi vista de perto por dezenas de pessoas que em outras embarcações próximas ao local do desmoronamento tentaram aos gritos avisar aos ocupantes das lanchas atingidas. O barulho da cachoeira vizinha ao local da tragédia, além de sistema de som a bordo e o próprio barulho dos motores impediram que os pilotos dos barcos ouvissem os gritos de advertência que vinham de outras embarcações. De acordo com autoridades existiam no local de 70 a 100 pessoas no momento do acidente.

ALERTA DE SEGURANÇA

Segundo fontes da Defesa Civil de Minas Gerais já havia sido emitido um alerta para chuvas intensas na região com possibilidade de “cabeça d’água” Enquanto que ainda prosseguem as buscas, muito embora não se tenha ainda informações exatas por desaparecidos, discute-se a responsabilidade pelo acidente. Primeiramente, a Marinha disse que iria investigar por conta dos passeios terem sido mantidos mesmo após os alertas de fortes chuvas na região. Em seguida, através de nota, a Marinha informou que o ordenamento do espaço aquaviário está sob a jurisdição da Prefeitura de Capitólio. Já o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Giovane Moraes contesta a declaração, ressaltando que “o órgão responsável por fiscalizar e fazer as regras serem cumpridas é a Marinha”.

SEM ANÁLISE DE RISCO

Por outro lado, o prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo   admitiu que “nunca foi feito um estudo de análise de risco do local onde ocorreu o desabamento de paredão”. “Nunca tivemos um debate sobre o risco geológico e eu acredito que daqui pra frente a gente precisa fazer uma análise dessa; foi falha de quem explora o turismo? Acredito que não, observa o prefeito. Segundo ele, nós temos uma lei que regimenta o funcionamento nos cânions, a permanência de lanchas as pessoas nadarem ali, etc. a Marinha tem as suas legislações, que regulamenta o ordenamento costeiro; então todos esses pontos já estão sendo trabalhados pela Marinha em relação ao ordenamento”, acrescentou.

MAPEAMENTO ENGAVETADO

Especialista em gerenciamento de risco, Gustavo Cunha contesta o prefeito ao ressaltar que a “a região deveria ter, sim, um plano de emergência. Quem fiscaliza? Como essa notícia chega até os marinheiros, aos proprietários das lanchas? Esse tipo de comunicação na gestão de riscos é fundamental.  Não basta você fazer um planejamento ou um mapeamento de risco que fica engavetado, que não chega a quem interessa.  Em segundo lugar: a fiscalização. Quem vai lá fiscalizar se tal número de barcos é adequado; se tem um excesso de pessoas no local ou nos barcos. Tudo isso tem que ser feito. A coletividade deveria ter um plano de emergência", frisou o especialista.

Enquanto os trabalhos de resgate, atendimento às vítimas que sobreviveram e identificação daquelas que vieram a óbito prosseguem em Capitólio, as chuvas continuam intensas em todo o território mineiro. Já são 21 rodovias  interditadas e mais de 61 interditadas parcialmente. Chove muito e existem muitos pontos de alagamentos na zona metropolitana de Belo Horizonte, além de deslizamento de terras e inundações em vários municípios com centenas de pessoas desabrigadas e/ou desalojadas.  

                          Foto/Reprodução

 

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