Nesta segunda-feira (18), em carta aberta à população, o vice-prefeito Enderson dos Santos (Guinho), anunciou o seu rompimento político com o prefeito Augusto Castro (PSD).

Guinho no texto fala do trabalho político desenvolvido ao lado do atual prefeito que culminou com a sua vitória e os levou ao Centro Administrativo Firmino Alves. Também, são apontadas inúmeras deficiências da atual gestão e o não cumprimento de metas  de campanha.,

FALTA DE ESPAÇO

Segundo o vice-prefeito, logo após a eleição, as coisas foram mudando e ele passou a ter um espaço reduzido na esfera administrativa. Ficou escanteado e não era informado sobre reuniões e/ou decisões de cunho político/administrativo. Na carta, alegando frustração ele ressaltou que “não era mais convidado para reuniões, não era chamado para opinar, vez que “sempre tive boas ideias e na campanha elas foram muito úteis”, enfatiza.

GASTOS COM ALUGUÉIS

A política de descentralização de serviços na Prefeitura também é alvo de críticas de Guinho que foi contra o desmembramento de secretarias (inclusive a de Esporte e Lazer que ele ocupou durante algum tempo e que agora funciona num imóvel alugado no bairro da Conceição), por conta dos custos elevados com aluguéis. “Infelizmente, as coisas não mudaram e tivemos um aumento, gerando o incrível gasto por volta de R$1 milhão anual. O argumento seria a reforma da Prefeitura que até agora não foi iniciada “, aponta Guinho.

INCHAÇO NA FOLHA

Outra situação abordada por Guinho na carta foi “o inchaço na Folha com diversos contratos de profissionais de fora da cidade atendendo a acordos políticos “que pudessem viabilizar a candidatura da esposa, candidata a deputada estadual”. Ele ainda desaprova a postura de alguns secretários “estranhamente dotados de superpoderes e que contam com a eterna proteção do chefe do Executivo”.

DESTRATADO  EM PÚBLICO

O vice-prefeito relembra um episódio constrangedor quando foi destratado pelo prefeito em público. O fato aconteceu durante a enchente quando o prefeito ficou ilhado em sua casa num condomínio de luxo e Guinho o representou atendendo às obrigações constitucionais. Essa atitude não agradou ao gestor. “Isso mexeu com alguém que se preocupava mais com o próprio ego do que com a situação causada pela citada catástrofe. De maneira ridícula, o prefeito Augusto Castro preferiu dirigir suas energias no sentido de me destratar diante da comunidade e de parentes e amigos que se prontificaram, junto comigo, a levar auxílio aos desabrigados”, pontuou. Ele ainda acusa o gestor de não cumprir a palavra desde quando "é visível que as prioridades dele continuam sendo distantes do que o povo espera. "Sendo aliado político do governador,  prometeu  junto ao Estado a construção de 1.100 casas que seriam construídas ainda  neste ano de 2022, mas até o momento nem terreno temos ainda",  detona Guinho.

JUSTIFICANDO O ROMPIMENTO  

"É por tudo isso que neste momento também afirmo que há um rompimento sim, mas este rompimento não é meu. É um rompimento do Prefeito para com o nosso Plano de Governo, um rompimento comigo e com as promessas de campanha. Um rompimento com as reais necessidades do Povo de Itabuna", finaliza Guinho em sua carta aberta. 

Pré-candidato a deputado federal pelo União Brasil, o prefeito não gostou da posição assumida pelo vice de apoiar a candidatura de ACM Neto (também do mesmo partido, UB)  ao governo  da Bahia, uma vez que ele apoia Jerônimo Rodrigues, do PT.