O infectologista Fernando Romero alerta sobre a nova cepa originária da Índia que pode ser muito mais transmissível do que aquelas que já circulam no Brasil.  Até o momento, os primeiros casos confirmados datam de 20 de maio. A nova variante indiana já foi detectada no Rio de Janeiro e no Maranhão e já está presente em 66 países. O médico que trabalha na Santa Casa de Itabuna revela que desde o início da pandemia, no ano passado até esta segunda (dia 7), foram 7.105 pacientes com os sintomas da doença atendidos nos hospitais Calixto Midlej Filho e Manoel Novaes. Desse total, 2.026 precisaram de internamento. O infectologista reforça ainda a necessidade da vacinação em massa contra a Covid para conter a transmissão do vírus. Segundo ele “a terceira onda é real e bastante preocupante; determinadas cepas são mais fortes, com a capacidade de causar mais doenças”. Dessa forma, “qualquer ambiente pode aumentar ou reduzir o poder de transmissão do vírus; isso dependerá do comportamento das pessoas”, ressalta.  Para o especialista, o efeito da nova variante pode estar ligada ao afrouxamento de medidas de restrição à circulação de pessoas e distanciamento social. Ele observa que o aumento repetitivo de casos, traz grandes complicações para o sistema de saúde, principalmente no que se refere à superlotação de leitos das UTIs. “Nos próximos dias com, a chegada do frio, o vírus pode se disseminar com mais facilidade entre as pessoas; porisso é necessário que os cuidados sejam redobrados “, alerta Romero.

MUDOU PERFIL

O Infectologista destaca ainda que houve uma mudança de perfil dos pacientes. No início da pandemia, os idosos eram considerados grupos de risco e após um ano e meio das primeiras notificações, o perfil de pacientes com casos graves, mudou. “Os jovens passaram a enfrentar problemas graves em decorrência da doença e muitos estão indo a óbito”, assinala.