ITABUNA TEM ÁGUA CONTAMINADA POR SUBSTÂNCIA CANCERÍGENA,DIZ PESQUISA

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Uma pesquisa do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde, a partir de dados sobre a qualidade do líquido consumido pelos baianos, entre os anos de 2018 e 2020, aponta que em sete de 196 cidades da Bahia, surgiram índices acima do permitido de substâncias cancerígenas pelo menos uma vez. O que representa 3,5% do total de municípios testados.

O maior responsável pela contaminação é um componente gerado no próprio tratamento do recurso hídrico. As cidades de Camaçari, Cruz das Almas, Itabuna, Itiruçu, Jequié, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista foram as sete dentre as listadas no levantamento que apresentaram contaminação.

Os dados da pesquisa do Sisagua/MS foram compilados pelo Mapa da Água, da Agência Repórter Brasil e cedidos ao Correio. A cada quatro cidades do país onde foram realizados os testes, uma, ao menos, teve como resultado água contaminada.

Em Itabuna, 33 das 2.085 amostras foram reprovadas. Em Vitória da Conquista, duas das 275 amostras estavam contaminadas. Já em Jequié, um do total de 247 amostras teve as substâncias tóxicas encontradas acima do limite. Em seis das sete cidades, os componentes encontrados acima do patamar de segurança foram os ácidos haloacéticos.

Classificados como subprodutos da desinfecção da água, os haloacéticos são formados quando o cloro é adicionado ao tratamento. Os ácidos são seguros desde que mantidos abaixo da concentração recomendada pelo Ministério da Saúde.

O mestre em química analítica ambiental e professor da UniRuy Wyden, Roberto Márcio Souza explica que o cloro evita que bactérias e protozoários nocivos à saúde humana se desenvolvam na água.

Ele ressalta ainda que é necessário que exista um controle constante de todos os parâmetros possíveis, incluindo os que dizem respeito às reações paralelas, durante o processo de tratamento, para evitar que as substâncias apareçam em quantidade acima do permitido. Para o professor, a legislação brasileira deveria ser mais severa em relação a isso.

POSSíVEIS DANOS

Ele também alerta que os danos para os seres humanos vão depender dos efeitos cumulativos das substâncias e do organismo de cada pessoa. “Têm pessoas que já possuem problemas hepáticos, por exemplo, então existe uma série de incógnitas em relação a isso”, acrescenta.

A Agência Nacional de Pesquisa em Câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS), classifica os ácidos haloacéticos como potencialmente cancerígenos para os humanos. Se consumidos em altas concentrações, podem gerar problemas no fígado, testículos, pâncreas, cérebro e sistema nervoso. O gerente de controle da água e efluentes da Embasa (Empresa Baiana de Água e Saneamento), Fabricio Tourinho, que faz o tratamento hídrico no Estado, afirma que períodos de muita chuva entre os anos analisados podem ter sido responsáveis pela concentração de substâncias acima do permissível. Segundo ele, as amostras reprovadas nos testes são pontuais e não são suficientes para classificar a água como imprópria para o consumo.

AGROTÓXICO PROIBIDO

O metamidófos, veneno utilizado em culturas de algodão, foi proibido de ser utilizado no Brasil desde 30 de junho de 2012, mas o banimento da substância há quase uma década não impediu que ele fosse encontrado na água potável de Itabuna. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), destaca que a substância é responsável por prejuízos ao desenvolvimento do embrião, além de ser altamente tóxico para os sistemas endócrino e reprodutor.

O agrotóxico já havia tido o uso proibido em países como o Japão, a China e na União Europeia (UE), quando a Anvisa solicitou a sua retirada do mercado nacional, em janeiro de 2011.

O professor de química Roberto Márcio destaca que o veneno pode ser encontrado quando a água passa por propriedades que utilizam a substância proibida, observa.

“Isso acontece em regiões onde a coleta da água para o abastecimento urbano passa por fazendas que fazem o uso de determinadas substâncias, regularizadas ou não, na produção agrícola. Do ponto de vista ambiental, a chuva pode lixiviar, ou seja, arrastar, esses agrotóxicos para o próprio solo e águas subterrâneas que acabam tendo contato com as águas que estão na superfície”, ressalta;

EMASA  CONTESTA

A Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), divulgou uma nota contestando os dados da pesquisa do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua). Segundo a empresa, o laboratório do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) foi contratado para verificar a qualidade da água e atestou que os metamidófos e ácidos haloacéticos estavam dentro dos padrões estabelecidos.

Apesar de proibido desde 2012, uma portaria do Ministério da Saúde, de maio do ano passado, permite que até 7 microgramas de metamidófos sejam encontrados a cada litro de água potável.

Água distribuída  pela Emasa  pode estar contaminada segundo pesquisa da Sisagua 

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